Fato notório é que uma empresa para se manter bem posicionada no mercado de hoje precisa investir em seus produtos/serviços, tecnologia, logística, estratégia, marketing e mais importante ainda em seu capital humano. Afinal, são as pessoas que fazem girar a máquina empresarial e colocar em marcha sua transformação contínua de crescimento.
O investimento nos colaboradores, no seu desenvolvimento profissional e pessoal, nas suas competências e talentos, é crucial para a manutenção do diferencial que toda organização deseja alcançar. É este investimento que irá impulsionar o crescimento das demais áreas, pois não há departamento de tecnologia que funcione sem a impute das pessoas, não há marketing que aconteça sem a criatividade das pessoas, não há atendimento personalizado sem um entendimento entre as pessoas, assim como não há planejamento que seja executado sem uma estratégia traçada por pessoas.
Por mais que saibamos disso, o foco organizacional geralmente se volta para pessoas quando algo de errado já aconteceu e as consequências ruins são inevitáveis. Muito se fala hoje em liderança de pessoas, orientação para elas, desenvolvimento do capital humano, gestão humanizada, felicidade no trabalho. Mas há um distanciamento entre o discurso e sua prática. Como conciliar o desejado lucro, os resultados rápidos, a alta produtividade, a otimização de processos e, ao mesmo tempo, cuidar de pessoas?
A sensação é a de que jogar o foco em pessoas significa ser mais lento – “precisa ter paciêeencia”, costuma-se dizer. Parece que vamos desviar o foco da organização e não ser competitivo. Esta sensação está enraizada numa visão fragmentada do ser humano, na dicotomia pessoas x resultados. Todos queremos objetivos, queremos resultados. Somos pessoas e queremos alcançar objetivos, assim como toda organização. Mas não há linha reta nesse trajeto, não podemos contar com pessoas como se fossem parte de uma linha de montagem. “Ah, sabemos disso!” Pois é, queremos, cada um de nós, ser percebidos como indivíduos únicos, com nossas idiossincrasias. Mas quando lideramos ou gerimos um grupo de pessoas, queremos que sejam um único ser, desconsideramos as individualidades presentes e, vamos além: “Como não fazem como nós fazemos?!”
Então, seguimos para o tão falado alinhamento de expectativas e objetivos. “Ok, vamos fazê-lo, mãos à obra!” Dois dias inteiros de encontro, planejamento conjunto com as equipes, tudo como reza o manual! Voltamos ao dia a dia, e parece que pouco adiantou. Começam os conflitos, a conversa velada, a procrastinação e outras sabotagens espontâneas. E os líderes se perguntam: “Mas fizemos o que era pra fazer, o que mais essas pessoas querem?” Assim como os líderes/gestores, os colaboradores/liderados necessitam do entendimento cotidiano, do olhar cotidiano, do reconhecimento da individualidade.
Ou seja, o foco em pessoas não é algo que se faz apenas em reuniões, por meio de processos, nas tomadas de decisões. Tal como o foco em resultados, o foco em pessoas é contínuo, intrínseco, faz parte da filosofia de ser e agir da empresa. A questão é que vive-se essa dicotomia, resultados x pessoas, como se ela fosse a única perspectiva possível. E não é: você pode escolher diferente, a organização pode optar por soluções diferenciadas que levem em conta as singularidades.
Nesta escolha diferente, a cultura de coaching, do desenvolvimento e do aprendizado continuado rumo a um objetivo é o caminho!
Esta cultura tem como premissa a percepção de que “recursos humanos”, “capital humano”, “gestão de pessoas” não são apenas processos e avaliações de nível tático. São itens tão estratégicos para uma organização quanto sua produtividade, seu market share, sua sustentabilidade, seu lucro.
A cultura de coaching traz luz e foco concomitantemente aos aspectos individuais e organizacionais, igualmente atores do jogo corporativo, fazendo com que o sistema criado incorpore-os de forma mais íntegra. É uma cultura que instiga o engajamento buscando o significado do trabalho; pratica o diálogo como ferramenta de crescimento e feedback; incentiva perguntas e questionamentos para gerar conscientização e corresponsabilidade. E o que é incrível: expande o potencial do colaborador impulsionando-o para o seu melhor desempenho.
Após um ano e meio da implementação de um programa de coaching realizado com nove gestores e suas respectivas equipes, em uma empresa do segmento de energia, no Brasil, os indicadores de “Relação com o trabalho” aumentaram para o patamar de 75% a 100%. A implantação de um mindset de coaching na empresa pode proporcionar um crescimento exponencial quanto maior for o envolvimento da alta gestão.
A cultura de coaching dentro da empresa usufrui e se beneficia da relação de cumplicidade constante que há entre as pessoas, os processos e os resultados.