Os modelos mentais são formas de pensar que criamos para gerar o entendimento do mundo ao nosso redor e das informações disponíveis. É a partir deles que agimos e nos fazemos presentes no ambiente social.
Esses modelos afetam cada aspecto da nossa vida pessoal e profissional. Dão forma ao que vemos, ouvimos e sentimos, e podem abrir ou limitar as nossas possibilidades de ação.
Diversos autores na área da Psicologia e Administração já estudaram e escreveram sobre o este assunto, que é complexo e fascinante. Mas nem sempre sabemos identificar, na prática, o que são modelos mentais e como eles nos afetam.
Um exemplo de modelo mental, é o que afirma que “os povos latinos, especialmente os brasileiros, são calorosos e amorosos”. Então, um estrangeiro que chega ao Brasil, com a intenção de se incluir mais facilmente no ambiente social onde atua, mora ou frequenta, procura abraçar e tocar a pessoa (brasileira) com quem está falando. Ele está seguindo um modelo mental que lhe foi informado, mesmo que esta pessoa brasileira não goste de ser tocada.
É fundamental reconhecer o poder e os limites dos modelos mentais. Esse entendimento lhe dá consciência e responsabilidade para escolher os modelos mentais que se encaixam aos seus anseios. Da mesma forma, é bom saber que os modelos mentais são dinâmicos, podem ser mudados e mudam de acordo com a sociedade, a época, as circunstâncias, a cultura etc.
Um modelo mental corporativo que está em pleno processo de mudança é aquele que afirma: “na empresa quem ensina são os mais velhos”. Algumas empresas no Brasil (Bayer, Sanofi, CitiBrasil, segundo reportagem do jornal Estado São Paulo on line, (06/2019) estão mudando esse modelo mental e criando um novo modelo com novas práticas – os jovens estão ensinando os mais velhos a lidar com as novas gerações (modelo mental da geração Y e Z, por exemplo) e a se atualizarem em termos de mídia social e apps de comunicação.
É importante cultivar vários modelos mentais para diferentes situações, objetivos, contextos, e também mudá-los se não forem mais úteis ou de interesse. Modelos mentais ficam obsoletos, assim como as ideias, as necessidades, os desejos.
Para mudar um modelo mental é preciso antes identificar o modelo que utilizamos e, então, buscar novos. É preciso enxergar a parede, para então derrubá-la, não é?! Simples assim.
Por exemplo, o trabalho da mulher em alguns ambientes considerados “masculinos” como: dirigir ônibus e caminhões, plataforma de petróleo, mina de carvão ou minério de ferro, etc., começou a ganhar força somente nos últimos anos. Muitas vezes, leis são necessárias para se fazer mudanças de modelos mentais socialmente internalizados; por exemplo, no caso de considerar pessoas com deficiência como indivíduos produtivos dentro de uma empresa.
Os modelos mentais são tão poderosos, invisíveis e persistentes que quando os velhos modelos não mais explicam o que está acontecendo e não mais se adequam, continuamos tentando encaixar as nossas experiências neles. Ex. Companhia Xerox e Kodak que perderam o passo do mercado atados a modelos mentais antigos sobre o consumo.
A identificação dos modelos mentais nos ajuda, também, a enxergar a forma como alguém pensa, como lidar melhor com ela e as influências na vida dessa pessoa.
Nossos modelos mentais são reforçados pela família, amigos, escola, sociedade, associações a quais nos afiliamos, religião e também pela influência de pessoas que admiramos, treinamento que fazemos, incentivos e recompensas que recebemos.
O facebook tem mudado modelos mentais, como o da privacidade. Além disso, pelas postagens podemos identificar os modelos mentais em voga e aqueles que estão em mudança. Basta estarmos atentos e percebermos.
Modelos mentais podem ser amplos, como a democracia, o socialismo e as crenças religiosas. Podem ser voltados para os negócios, e trago como exemplo os novos bancos totalmente digitais, o e-commerce, a viagem aérea como transporte e não como status social.
No âmbito pessoal, vários exemplos podem ser citados; ressalto o mindset (modelo mental) fixo de “não levo jeito para isso”. Com isso, não me esforço para aprender a fazer ou para melhorar e crio essa “história” para me justificar. Posso reajustar esse modelo mental e torná-lo um mindset de crescimento, como ensina Carol Dweck, “vou me esforçar para fazer melhor da próxima vez. Em que preciso focar? ”
Você consegue identificar os modelos mentais que utiliza, eles te impulsionam ou te limitam?