O novo mundo cibernético continua avançando a uma velocidade estonteante. Especialmente no mercado de trabalho. A crescente automação e disrupções tecnológicas trazem em seu bojo mudanças paradigmáticas, algumas das quais não somos ainda capazes de prever. Estatísticas sobre o futuro do trabalho, apresentadas durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, me chamaram bastante atenção:
- 47% dos empregos existentes desaparecerão em 20 anos.
- 65% das crianças que estão iniciando a vida escolar hoje irão trabalhar em empregos que não existem ainda.
Já no Fórum de 2016 foram propostas competências comportamentais que seriam as 10 mais demandadas para um profissional manter-se bem posicionado no mercado de trabalho até 2020. São elas:
- Resolução de problemas complexos
- Pensamento crítico
- Criatividade
- Liderança e gestão de pessoas
- Trabalho em equipe – Coordenação entre pessoas – Inteligência social
- Inteligência emocional
- Julgamento e tomada de decisões
- Orientação a serviços, servindo a outros
- Negociação
- Flexibilidade cognitiva
Hoje, essas competências já são demandas do mercado de trabalho. Além dessas competências a adaptabilidade, a capacidade de mudar e a inteligência social são também competências cruciais. Todas essas competências são desafios já identificados na forma como a/os colaboradora/es são desenvolvidos e gerenciados atualmente.
Quero enfatizar, neste momento, as competências que estão intrinsecamente ligadas ao relacionamento e às trocas que acontecem no ambiente de trabalho. Trabalho em equipe não se trata apenas de dividir papéis, responsabilidades e resultados entre as pessoas. A conexão interpessoal – seja virtual ou presencial – é inerente à convivência em grupo e ao trabalho em equipe, além disso, ajuda a desenvolver a sensibilidade e a inteligência emocional. Outras competências são também afetas por esses fatores, a saber: criatividade, julgamento, negociação, tomada de decisão, gestão de pessoas e liderança.
Quando iniciamos um trabalho nos perguntamos intimamente, se não manifestamente: Com quem vou trabalhar? Quem é essa pessoa? Em quem posso confiar? O que pensam? São perguntas que surgem naturalmente pois somos pessoas lidando com pessoas, não máquinas. A conexão interpessoal é inevitável, não se deve ter receios. Daí a importância de se conhecer e suas emoções; identificar que emoções você sente em determinada situação, quando ela surge, o que a desperta e como lidar com ela. Saber gerir suas emoções em sua atuação profissional contribui para estabelecer conexões tranquilas e saudáveis para o resultado efetivo das competências já mencionadas e também: resolução de problemas complexos; pensamento crítico; flexibilidade cognitiva.
Conhecer e reconhecer as suas emoções é o primeiro passo para identificar as emoções que o outro traz consigo, e como ele/a reage emocionalmente. O reconhecimento deste terreno facilita muito o convívio social, o relacionamento e a troca. Inteligência emocional aliada à inteligência social atuam como suporte direto para a maioria das competências mencionadas no Fórum de 2016.
Quero ressaltar que o grande ativo do ser humano, frente a automação, é sua sensibilidade relacional e sua humanidade. Reiterando este aspecto, estudos apresentados no Fórum de 2018, em Davos, mostram que a persuasão, a inteligência emocional, o ensinar e aprender serão competências mais demandas de um profissional no futuro, juntamente com criatividade, escuta ativa e pensamento crítico.
A prática cotidiana atual mostra, entretanto, que é preciso “bater com a vassoura no teto” para quem está acima perceber que é preciso construir uma cultura organizacional que tenha como esteio essas competências! Somente assim aceleramos este desenvolvimento!