BULLYING

Bullying  é um anglicismo que se referatitudes agressivas, verbais e/ou físicas, que são intencionais e repetitivas, e acontecem sem motivo evidente, causando dor e angústia na pessoa agredida, que não tem a possibilidade ou capacidade de se defender; o bullying implica uma relação desigual de força ou poder.

Esse tipo de comportamento foi primeiro pesquisado e sistematizado por Dan Olweus, professor de psicologia, sueco, quando lecionava na Universidade de Bergen, na Noruega, na década de 1970, e estudou o suicídio de adolescentes. Seu livro Bullying na Escola: O Que Sabemos e o Que Podemos Fazer (Olweus, 1993) é um clássico sobre o tema.

Desde então o bullying vem sendo cada vez mais estudado e tratado com a devida importância tendo em vista as consequências nefastas que acarreta nos indivíduos agredidos e na sociedade de modo geral.

No Brasil, nos últimos 10 anos, têm sido realizadas pesquisas nas escolas, nas mídias sociais e no ambiente de trabalho que apresentam um quadro no mínimo inquietante.

Mas afinal quais são as particularidades do evento de bullying?

As pesquisas indicam quatro linhas essenciais desse tipo de prática: 1- o comportamento é agressivo e negativo; 2- o comportamento é intencional; 3- o comportamento é executado repetidamente; 4- o comportamento ocorre num relacionamento continuado onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

No local de trabalho, o bullying tem se tornado cada vez mais reconhecido e tratado. Tanto que já existe hoje um padrão de conduta cobrado juridicamente às empresas, com o objetivo de cessar qualquer provocação preconceituosa quanto a deficiências, traços pessoais, inabilidades ou erros de seus funcionários. Mas, infelizmente, isso não está impedindo que o bullying aconteça e seja até mesmo aceito ou encorajado como parte da cultura de algumas organizações.

Nas organizações empresarias e/ou governamentais, nas escolas ou outros ambientes coletivos, o bullying aparece na forma de constrangimento, humilhação, insulto e depreciação; gritos, seja em particular ou em público; fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando-a; sabotagem do trabalho de uma pessoa; exclusão propositada de pessoas do círculo de conversas; abuso ou mau uso de autoridade; monitoração excessiva e busca por defeitos no trabalho de alguém.

Em geral, a vítima é uma pessoa pouco sociável, insegura, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si. A vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças e do medo da concretização da violência física ou moral.

O perfil psicológico do agressor (o bully) é, segundo estudos realizados, de uma pessoa hostil, intolerante, autoritária que tende a usar a força para resolver seus problemas e com necessidade de dominar e se impor.

As pessoas que testemunham o bullying, em geral, convivem com essa violência e se silenciam por temerem ser as “próximas vítimas”. Assim, o ambiente fica contaminado por sentimentos de medo e ansiedade.

É necessário discernimento para evitar o bullying onde quer que aconteça. No local de trabalho, nem toda voz mais alta significa um grito, nem toda cobrança por resultado é uma “perseguição”, nem toda piada é ofensa; é preciso perceber em que situação uma fala se torna um insulto, uma agressão verbal. O intuito não é tolher um ambiente relaxado, bem-humorado, leve; sim promover uma maior consciência e empatia entre as pessoas, propiciando um ambiente mais saudável e responsável.

 Para lidar com o bullying a celeridade e a firmeza são elementos cruciais, pois, suas consequências ultrapassam os limites individuais e afetam a saúde organizacional. A primeira reação ao bullying é a raiva, seguida do sentimento de vergonha, impotência, baixa autoestima e tristeza da vítima. A repetição do comportamento agressivo impacta visivelmente o desempenho e a produtividade da vítima, acarretando, também, estresse, depressão e outras doenças psicológicas. O ambiente de trabalho se torna negativo, o receio e a falta de transparência se tornam o modus operandi da equipe.

O autoconhecimento e o desenvolvimento de habilidades de relacionamento interpessoal, bem como o reforço dos valores subjacentes a um convívio sadio e frutífero é uma das alternativas para dirimir o bullying das organizações. Este empenho deve ser amplo e contínuo, como a campanha massiva para usar cinto de segurança!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *